
A infantilização dos adultos: a moda da chupeta em plena maturidade
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A infantilização dos adultos: a moda da chupeta em plena maturidade
Há pouco mais de uma semana, uma tendência inusitada ganhou visibilidade nas redes sociais brasileiras: adultos usando chupetas — os chamados “adult pacifiers” — como ferramenta para amenizar ansiedade, reduzir o estresse e até melhorar o sono NSC Total Estado de Minas Folha do Estado. Num mundo que exige tanto, parece que alguns recuam à infância em busca de algum conforto.
Um bálsamo momentâneo ou fuga simbólica?
Especialistas apontam que a sucção da chupeta ativa o sistema nervoso parassimpático, responsável pelo relaxamento, similar a mascar chiclete ou roer caneta, produzindo um alívio temporário Estado de Minas.
Porém, psicólogos e psicanalistas alertam: esse recurso pode ser apenas um mecanismo de defesa simbólico, um modo de evitar enfrentar diretamente as causas da ansiedade Estado de MinasPortal 96FMTerra.
É preciso refletir: por que adultos sentem que precisam voltar à infância para se sentirem seguros? O psicanalista Artur Costa comenta que essa busca por símbolos infantis pode revelar o peso da vida moderna, prolongando fases da adolescência e fugindo de responsabilidades reais Estado de Minas.
Riscos reais para o corpo e a mente
Além da crítica simbólica, há consequências físicas concretas. Dentistas e cirurgiões-dentistas alertam que o uso contínuo, especialmente por mais de três horas diárias, pode causar deslocamento dos dentes, alterações na mandíbula, problemas na articulação temporomandibular (ATM), dificuldades na mastigação, além de riscos de infecções Bucais e até asfixia, caso a higiene não seja adequada NSC TotalTerra+1Portal 96FM.
Quando o alívio momentâneo vira sinal de alerta
Psicólogos veem no hábito um padrão de regressão, um retorno ao estágio infantil como forma de lidar com a pressão, mas advertem que isso não resolve o problema. Pode até atrasar o amadurecimento emocional e a construção de mecanismos de enfrentamento saudáveis para lidar com a frustração, a ansiedade ou o estresse Terra+1ES360.
A psicóloga Mariane Pires Marchetti sintetiza bem: “(…) por que vivemos em um ritmo tão acelerado que até adultos recorrem a objetos infantis para suportar a pressão?” Terra.
O discurso popular: risadas e incômodo
A reação pública também foi diversa. O ator Ary Fontoura, famoso e comediante, postou um vídeo bem-humorado questionando a moda: “Isso é uma loucura, gente. Usar chupeta para tirar o estresse? É a criança virando adulto, é o adulto virando criança. Aonde é que vai parar isso?” UOL. O comentário, embora irônico, ecoa um desconforto genuíno: até que ponto somos capazes de renunciar à maturidade em nome de alívio imediato?
Uma crítica necessária — mas cheia de cuidado
A crítica aqui não quer condenar e sim provocar reflexão. É compreensível buscar conforto em tempos de escassez afetiva, sobrecarga emocional e ritmo frenético. Porém, reduzir a angústia a um símbolo infantil pode dar um alívio momentâneo, mas oculta a urgência de enfrentarmos as tensões reais da vida adulta.
É possível e saudável buscar apoio profissional, desenvolver hábitos terapêuticos duradouros (como a psicoterapia, mindfulness, exercícios físicos, técnicas de respiração e construção de uma rede de apoio) em lugar de refugiar-se em resquícios simbólicos da infância Folha do EstadoTerraEstado de MinasES360.
Resumo crítico:
Aspecto | Observação |
---|---|
Alívio momentâneo | Há conforto simbólico, mas temporário e superficial |
Riscos físicos | Desalinhamento dental, ATM, infecções e problemas de fala |
Impacto emocional | Pode induzir regressão e atrasar o desenvolvimento emocional |
Agenda adulta | A infância como escape revela pressões sem resolução estrutural |
Alternativas saudáveis | Psicoterapia, hábitos sensoriais seguros, autocuidado efetivo |
E você achou o que dessa nova trend?
Mayra Thalita Silva Gonzaga